segunda-feira, 16 de junho de 2014

Operação de troca de sexo

O termo cientifico correto é cirurgia de transgenitalização, porque ninguém entra em um hospital com um sexo e sai com outro.

Fora a operação genital, existem várias outras de adequação para mudar a fisionomia do rosto, tornando-o mais feminino ou masculino; modificar o contorno do tórax, retirando as mamas ou implantando próteses de silicone; eliminar o pomo de adão nos homens.

Estima-se que sejam realizadas aproximadamente 50 transgenitalizações feminilizantes por ano no Brasil pelo SUS (Sistema Único de Saúde). As masculinizantes são raras. 

Nos dois casos, antes de conseguir autorização, é preciso ter mais de 21 anos e passar por um acompanhamento médico e psicológico por dois anos.

De homem para mulher:
O cirurgião faz um corte no saco escrotal e no pênis, tomando cuidado para não prejudicar o sistema urinário, que é encurtado.
O tecido cavernoso e os testículos, responsáveis pela produção dos hormônios masculinos, são removidos. O clitóris é construído com base na glande, o prepúcio gera os pequenos lábios, o escroto se transforma nos grandes lábios.
A neovagina é feita com a inversão da pele da haste peniana. Usa-se um alargador para modelar o canal.

De mulher para homem:
A ingestão prévia de testosterona diariamente provoca o crescimento do clitóris, que atinge 6 centímetros, em média. Vai depender de cada organismo.
O neopenis é despregado do púbis e o canal da uretra é prolongado com tecido da própria vagina. A partir daí, o paciente consegue urinar em pé. O funcionamento é normal, com ereção e sensibilidade preservadas – mas o tamanho, bem pequeno, dificulta a penetração.
Os grandes lábios viram testículos e envolvem próteses redondas de silicone. Dá para construir o pênis com enxertos do corpo e uma prótese.

No livro o Cérebro em Transformação (Editora Objetiva), Suzana Herculano-Houzel, bióloga e neurocientista do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, diz que estudos demonstram semelhanças entre o cérebro de pessoas com a mesma preferência sexual. O hipotálamo delas responderia de maneira idêntica aos feromônios.

Até onde a ciência sabe, a preferência é determinada no começo da gestação por fatores biológicos, e não apenas genéticos. 

Mulheres e homens gays, por exemplo, teriam certas estruturas cerebrais, ligadas à sexualidade, iguais.

Portanto, o processo aconteceria ainda no útero e, durante a adolescência, o amadurecimento do cérebro levaria ao reconhecimento da sexualidade. 

Para a psicologia, não há consenso.

O que se afirma atualmente é que não se trata de uma opção, e sim de uma orientação sexual, assim como a bissexualidade e a heterossexualidade, explica a psicoterapeuta Sâmara Jorge, de São Paulo. O Conselho Federal de Psicologia estabeleceu, em 1999, que não se trata de distúrbio nem de perversão.

Fonte: Super Interessante: 101 perguntas curiosas sobre sexo. São Paulo: Editora Abril, Agosto de 2012.

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