A modalidade já foi contra-indicada para os adolescentes porque provocaria
danos no seu desenvolvimento.
“Mas se o exercício for bem orientado e a carga for
adequada ao corpo, não tem problema”, diz o médico do esporte Ricardo Galotti,
da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e do Sport Club Corinthians Paulista.
“É importante que os professores fiquem de olho na postura dos alunos
durante os movimentos”, diz o fisioterapeuta Franscisco Miguel Pinto, do Rio de
Janeiro.
“Tem que respeitar um intervalo de 48 horas entre uma sessão e outra de
exercícios para os mesmos músculos”, acrescenta o professor de educação física
Christiano Bertoldo, da Universidade de Taubaté.
A Academia Americana de Pediatria indica esse tipo de exercício para
quem tem no mínimo 15 anos. Para Christiano Bertoldo, até pré-adolescentes de 9
anos já podem começar a fazer exercícios com pesos, mas devem seguir um
programa específico para eles.
O adolescente só deve praticar musculação após passar por uma avaliação
médica que, aliás, precisa ser repetida periodicamente.
Mais do que nunca, a avaliação deve ser individualizada, já que os
jovens não se desenvolvem todos no mesmo ritmo.
“Uma lesão na cartilagem de crescimento de um osso às vezes provoca
comprometimento para sempre”, alerta o ortopedista Ricardo Cury. “Isso sem
falar em danos nos ligamentos, nas articulações, nos músculos e até nas
fraturas por estresse”, acrescenta Alexandre Hammer Calixto, coordenador do
departamento de educação física do colégio paulistano Visconde de Porto Seguro.
Feita como manda o figurino, a modalidade ajuda o adolescente a crescer
firme e forte.
“Os exercícios com peso
estimulam os osteoblastos, células do esqueleto envolvidas no ganho de massa
óssea”, explica Christiano Bertoldo. “Esse tipo de treinamento também ativa a
secreção de hormônios, como o do crescimento, tão importante nessa fase da
vida.”
O aumento de força e a melhora da resistência muscular contribuem para
diminuir os riscos de lesões em outros esportes e mesmo no dia a dia.
Problemas posturais, tão comuns entre os adolescentes por causa do
estirão, também podem ser corrigidos – com exercícios certos, é claro.
Fonte: Revista Saúde! É Vital. Novembro/2006.
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